
Essa semana mais uma publicação, um trecho vem de lambuja pelo seu tamanho, mas não menos importante na trama. fiquem ligados! Dedico esta postagem a esses dois curiosos aí em cima, saudades de vcs: Renan e Cleidoca... abração!
II
Não longe da cena do crime, como se ninguém pudesse vê-lo... (otário! Achou que podia escapar da onisciência do narrador) um vendedor de brigadeirões, rapaz assaz estrôncio, de olhos desemparelhados, ria esquisitamente como se lembrasse d’alguma piada antiga, ou d’uma memorial pegadinha do Ivo Holanda. Estava sentado numa calçada e recostado num poste, tinha seu tapeware posto ao seu lado com alguns três brigadeirões que não havia vendido até então. O que estaria fazendo ali? Vou lá saber, também não sei de tudo...
III
Na manhã desse suposto assassinato, muitas coisas saíram fora de seu eixo habitual, a começar pela roda da bicicleta de Gérson que apesar de estar sempre empenada nunca perdera o eixo até então. Conta-se também um fato de uma senhora, funcionária pública, ter chego na hora para seu expediente, o que nunca acontecera com ela em 25 anos de servidorismo. Estranhíssima essa manhã. Eram fatos e notícias dessa gravidade que a imprensa local publicava no seu tablóide “Cotidiano de Joelma” (vê-se a pasmaceira e explica-se o número reduzido de leitores). Mas graças às últimas turbulências e escândalos de órgãos públicos, em especial a polícia com seu trato autoritário e abusivo, enchera-se de suculentas matérias o jornaleco e conquistaram leitores à beça. Repórter Memo, hoje, repórter televisivo de uma emissora regional poderosa, iniciou sua carreira no CJ com uma coluna chamada “Patifarias do Comércio Joelmense” em que denunciava as velhacarias de comerciantes, os quais faziam consumidores de baixa renda trocarem mercadorias por trabalho semi-escravo. Puta denúncia! Trabalho investigativo que chamou atenção das emissoras e lhe valeu sua nova posição. Numa padariazinha, um, que chamaremos por alcunha de “Malandro”, era um desses tantos que se vê aos cantos dos balcões das padarias de todos os cantos do nosso país que se sabe insólito com um copo de pingado fumegante a assoprar. Seu pão com manteiga é preparado pela doce mocinha do balcão. Ela: - Toma seu pão... ah, deixe de ser pegajoso, Malandro... (veja aí quem lho deu o apelido, para não saíres dizendo que alcunho injustamente os desta história) Ele ao receber seu pãozinho aproveitou para acariciar as mãos da jovem. Um atentado que esse Malandro praticava todas as manhãs... mas deixemos os seus assédios para tratarmos do que viu ele próximo à padariazinha. Depois de acertar as contas, ainda ao pé do minúsculo estabelecimento assistiu a uma colisão que se deu logo ali na esquina próxima. Lembram-se da roda de Gérson fora do eixo? Ótimo se lembram. Guardem isto...