sábado, agosto 18, 2007

Cena 1




Personagens: F - Fabiana
J - Juca
A - Ademir

Cena: saída do cinema, Fabiana come os piruás do fundo do saquinho de pipoca, espera seu acompanhante que foi ao banheiro. Juca procurando alguém, ao avistar Fabiana vem em direção dela para se encontrarem coincidentalmente.

F –(surpresa ao vê-lo) Juca!

J –(forçado) Nossa, como vai? Tava assistindo filme também?

F – Pois é...

J – E o que achou?

F – Muito bom.

J –(nostálgico) Olha só, acredita? Eu pensei em te convidar pra vir assistir – e você ta aqui. Quando vi o trailler achei que você ia gostar.

F – Você não estava na Argentina?

J – Está acompanhada?

F – Estou, ele... porque da última vez você me disse... está no banheiro (pausa) e você?

J – Sozinho. (silêncio constrangedor, ela estala piruás na boca)

F – Bem que eu desconfiei... tinha uma pessoa rindo nas cenas mais impróprias... a mulher descobre que está com câncer e você se lasca de rir... inconfundível!

J –(rindo de lembrar) Mas é muito foda, será que sou só eu que percebo essas coisas...? Não, hoje tinha um cara que ria também das mesmas cenas...

F –(sacuda) É, eu sei...

J – Não vai dizer que...(pausa, Fabiana estala piruás) O cara tem o mesmo humor que eu?

F – Parece que sim, é a primeira vez que tô saindo com o cara.

J –(indignado) Ele me imitou, você deve ter dito que eu dou risada de coisa macabra.

F – Pior que não. Detesto isso, você sabe. Por isso que não íamos ao cinema, passava um carão do seu lado.

J –(apopléctico) Mas o cara também...

F – Se eu soubesse, tinha ido só comer uma pizza com ele.

J – Vocês vão pra pizzaria agora?

F –(tentando despistar) Vou pra casa!

J – É que estou pensando em comer alguma coisa, poderíamos ir juntos

F – Estou acompanhada, aliás ele está vindo aí. (Ademir aparece nas costas de Juca, quando ele se vira não o vê e se volta para Fabiana ele já está abraçado com ela) Esse é o Juca, Ademir.

J –(cumprimentando) Ex-noivo da Fabiana, quase casamos...

A – Prazer. (pausa, estranha a situação, Fabiana estrala piruás) Vocês marcaram alguma coisa?

F –(apressando-se na explicação) Não. Coincidência, e muita. Pensei que ele estava na Argentina, tinha me dito no e-mail.

J – Menti. Queria que você pensasse que eu...

F – Não. Não pensei nada disso.

J – Eu não sou um fracassado

A –(constrangido) Vou ali pegar um drop’s... (vai saindo)

F –(detendo-o) Não. Já estamos indo.

J – Pra onde vocês vão?

A –(inocente, alegrão) Comer uma pizza no Don Carlone!

J – Que coincidência, estou indo pra lá também.

F – Chega de “coincidências” por essa noite. A gente vai pra casa direto.

J – Eu acompanho vocês, queria visitar nossa cachorrinha... (para Ademir) Morei com ela um ano, eu que sempre cuidei da princesinha... (para Fabiana) tem tratado bem dela?

F –(seca) Ela morreu de câncer. (pausa, revelação estarrecedora para Juca) Não vai dar risada?

J –(profundo) E tem graça? (Ademir tapa a boca pra não rir) (puto pra Ademir) Tá rindo de que seu miserável?

A –(disfarçando) É que lembrei de uma cena do filme. (desata rir)

terça-feira, maio 15, 2007

A Hora e a vez do SAMBARIA



SAMBARIA

Evento: Show de Estréia

Local: COOTEPI – Pinda

End.: Av. Nossa Senhora do Bom Sucesso, 2750 - Parque das Nações – Pindamonhangaba/SP

Entrada da cidade, saindo da Rodovia Presidente Dutra.

Dia: 10/06 (domingo); Horário: 19hs

INGRESSOS: R$ 5 reais (preço único)

Tels.: (12) 3645-9090 / 9746-7561 -ASSOCIAÇÃO CULTURAL COOTEPI

(12) 91821620 (Rogério) / 81124277 (Bruno) - SAMBARIA

O show

Marca o início das atividades do grupo de samba-choro SAMBARIA nos palcos. Será apresentado um trabalho que consiste em valorizar os gêneros mais genuinamente brasileiros, reunindo o temos de melhor, em re-interpretações, de sambas, bossas, chorinhos, serestas e MPB. Compositores como Noel Rosa, Cartola, Lupicínio Rodrigues, Paulinho da Viola e outros, fazem parte do nosso repertório passando por suas canções imortalizadas no universo popular mesclado com músicas menos conhecidas ou que tiveram a mesma difusão cultural, mas que procuramos fazer um resgate e revalorização. O SAMBARIA nasce sob o signo forte da coletividade e parceria, por isso os arranjos são de criação coletiva e convidamos um amigo-músico muito especial para abrilhantar nossa estréia: o compositor e guitarrista Paulo Henrique Raposo de Pindamonhangaba.

O SAMBARIA

Nascido numa mesa de bar, a proposta inicial era reunir jovens músicos interessados em aprender tocar samba, aprender sobre a riquíssima história cultural do samba para manifestar e divulgar esse gênero de tão extensa tradição que em nosso meio cultural: Taubaté e Vale do Paraíba sentíamos carente de uma proposta que tivesse como objetivo um trabalho voltado exclusivamente para música brasileira, garimpando o que de melhor a nossa música popular possui. O fino do Samba tradição, do Choro, da Bossa e MPB. Diante de um objetivo de pretensão considerável, precisávamos acelerar o processo de experiência com esses estilos, foi aí que experientes músicos compraram nossa idéia, muito interessados e juntamos o espírito aberto com a sabedoria para dar início ao Sambaria que é um grande encontro para celebrar a música brasileira.

Ficha Técnica:

Voz: Sara Cobra

Violão de 7:Humberto Santos
Cavaquinho: Toninho
Flauta e sax: Bruno Mobile
Pandeiro e Percussão:Felipe (Ifi)
Bandolim: Rogério Guarapiran

Participações Especiais:

Paulo Henrique – Guitarrista


quarta-feira, abril 25, 2007

CLBE DO CHORO NO SESC - 1º DE MAIO






Caros amigos,


Os músicos de Taubaté e região, através do Clube do Choro Waldir Azevedo, irão comemorar o Dia Nacional do Choro em um especialíssimo show no SESC TAUBATÉ, dia 01 de maio (feriado), terça-feira, a partir das 11h, com entrada franca. Será música de primeiríssima qualidade.


Dêem uma olhadinha no "releese", para saber um pouco mais sobre o show e o Clube do Choro Waldir Azevedo. Abraços.


O SHOW

O Clube do Choro Waldir Azevedo em parceria com o SESC-Taubaté tem por objetivo celebrar o dia nacional do choro (23 de abril), ainda que tardiamente, tendo em vista que ocorreu e está ocorrendo muitos eventos por todo país, Taubaté não poderia deixar de comemorar a um só tempo a data de nascimento de um dos maiores gênios da música brasileira e nosso gênero musical mais genuíno.
O show vai ser realizado como uma grande roda de choro, reunindo instrumentistas variados, além dos tradicionais pandeiro, violão, cavaquinho e flauta, teremos bandolim, guitarra, saxofone e acordeon. O Nosso repertório pretende contar a história do choro de maneira bem sintética, passando pelas obras dos chorões históricos, curiosidades, momentos decisivos, e tudo isso constituindo-se em homenagens aos grandes nomes que fizeram a história do gênero como Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Altamiro Carrilho, e claro, nosso festejado Pixinguinha, relembrando melodias que estão para sempre no universo da música brasileira e mundial. Outras boas surpresas que reservamos serão um chorinho inédito de composição de Paulo Henrique Raposo, integrante do regional, e a participação especial da cantora Sara Cobra, para dar uma amostra da vertente do choro-cantado.


0 CLUBE – BREVE HISTÓRICO

Antes de serem denominados como “Clube do Choro”, eram músicos de Taubaté e região que se reuniam informalmente, na casa de um e de outro. Entre uma meia dúzia de músicos estavam chorões experientes e iniciantes que se encontravam para tocarem o chorinho, conversarem e comerem algum petisco, o auge do encontro. Tudo de forma descontraída, foi-se construindo um trabalho artístico apreciável e de boa qualidade com arranjos bem estruturados, pesquisa musical, até o ponto de fundarmos em meados de 2005 o nosso Clube do Choro. Ele tem por objetivo manter a periodicidade de uma roda de choro que acontece sempre ao primeiro domingo do mês na escola de municipal de música de Taubaté para atrair novos músicos e apreciadores do gênero, um encontro tipicamente de instrumental. Sob essa forma organizada o Clube realiza shows, eventos, participa de comemorações, atende a vários pedidos de estabelecimentos comerciais, empresas e instituições beneficentes.




FICHA TÉCNICA:
Augusto – Surdo
Aurino Davi - Pandeiro
Bruno Móbile - Saxofone
Celso Patto – Cavaco solo
João Peixinho – Flauta
Humberto dos Santos – Violão de 7
Paulo Henrique – Guitarra
Pedro – Acordeon
Rogério Guarapiran – Bandolim
Sara Cobra - Vocal



terça-feira, fevereiro 27, 2007

Meu 3º livreto* independente: "Experimento de Pavlov"

(...)
Ah, que lástima dilacerante me consome
Me sinto um esquálido desertor
Um réprobo assassino,
Um meliante sem corja, solto ao mundo,
Aquele que recorre sempre ao mesmo recurso
Para solucionar o mesmo problema desgastado.

Basta de mentiras em minha vida
Basta de experiências mal-vividas, um fôlego interrompido
Eu só sei chorar quando não tem ninguém me vendo
E só consigo sorrir quando me olham
Eu sei odiar, mas não consigo mantê-lo
Sempre quis fizessem por mim, mas nunca esperei

Detesto ser frágil para amar e impassível para ser amado
A minha inocência primeiro em tudo, não é racional
As relações entre as pessoas eu as intuo de maneira perturbadoraMe sinto como o cão de Pavlov, experimentalmente usado.

(...)


* 1º Vocativo (2005), 2º Poesia barata (2006) em parceria com Cristiano Cobra.