quarta-feira, outubro 26, 2022

Notas sobre os contos de Monteiro Lobato: Negrinha e Bugio Moqueado.

Sobre os contos de Monteiro Lobato: Negrinha e Bugio Moqueado.

Por Rogerio Guarapiran.

Gravura anônimo de cerca de 1797 que representa as limitações da liberdade e democracia francesas em solo haitiano - Coll. Archives départementales de la Gironde.(https://www.historia.uff.br/impressoesrebeldes/revista/alem-do-medo/)

Contexto. Monteiro Lobato (1882-1948) na teoria literária é caracterizado como um pré-modernista, regionalista e o sumo de sua obra se divide em 2 gêneros, contos adultos e fábulas infantis. Foi um editor empreendedor e crítico nacionalista. É considerado um ideólogo no sentido de propagar ideias eugenistas, racistas e liberais.

O livro “Negrinha”, foi publicado em 1920 e representa uma fase madura como contista, após os títulos de Urupês e Cidades Mortas. Trazem contos com mesclas de gêneros com situações e personagens mais desenvolvidos. Os contos “Negrinha” e “Bugio Moqueado” tratam de situações de violência e revelam índices de comportamento bárbaro no trato com pessoas escravizadas e/ ou subjugadas pelo poder senhorial e patriarcal da época colonial e pós abolição. Por isso foram escolhidos para discutir a crueldade e os racismos estruturais que permanecessem em nossa sociabilidade contemporânea.   

O conto “Bugio Moqueado” retrata um “causo” narrado de modo indireto por um torcedor que ouviu outro torcedor contando a seu interlocutor, dentro de uma cancha esportiva. O “causo” é ouvido de esguelha pelo Narrador que transcreve de maneira indireta o “Prosador”, dando o efeito retórico de oralidade no texto e transpondo a ação ao tempo presente do Prosador. A voz captada entre aspas no texto abre numa jura inicial: “...é pura verdade. Fui testemunha”. O “causo” se passa pelas bandas de Mato Grosso e o Prosador seria um negociante de gado que foi tratar com o “Coronel Teotônio”, homem descrito com “ar de carrasco” e suspeito de ter praticado muitas mortes. Dessa negociação surge o convite para um jantar na casa do Coronel. Casa que é descrita como repugnante tal como o aspecto do proprietário. A sala de jantar é sombria e na mesa há um “prato misterioso”. O Coronel convoca uma senhora branca, pálida, de ar cadavérico e comportamento de “morta-viva” para se sentar com eles e ordena que ela coma o prato misterioso que contém uma “carne preta”, que, no ponto de vista do Prosador, preludia uma tragédia familiar. O Coronel diz servir carne de macaco bugio para a mulher. O Prosador, passados alguns anos desse estranho encontro, descobre por um homem negro, Zé Esteves, que esse Coronel matou seu irmão, Leandro, por um boato que ele teve relações com a patroa e o Coronel castigou-o, matou-o de “... morte matada. Foi morto a rabo de tatu.” e seu corpo foi servido aos pedaços para a espoca comer. O arremate do conto traz um tom de desvendamento, elucidamento de um caso trágico. Mas a tragédia que causa compaixão e medo é sobre quem ou qual pessoa da história? Para o homem negro assassinado só temos algumas breves linhas no final, descrito indiretamente na “voz” de seu irmão, Esteves, as palavras são objetivas e pouco subjetivas, ressaltam a malvadeza do Coronel e a culpa de uma terceira pessoa na intriga, no caso uma mulher negra, Liduína acusada de “feitiçaria”. Agora, a mulher branca tratada como santa parece ser a imagem do sofrimento digna de compaixão. O terror fica por conta das ações do Coronel e a compaixão ficam para sua esposa “mártir”, enquanto a existência subjetiva do homem negro é negada e metonimicamente desumanizada, ao ser tratado como “bugio” e “tatu”.

O conto trata de um caso mais ou menos indeterminado no tempo, pois não é possível dizer se teria ocorrido no tempo da validade da escravidão legal no Brasil ou pós-abolição, mas se configura como uma formação de lenda moral e cruel, que serve como “causo” exemplar da ética do terror com a qual operava os dominadores escravagistas em relação com seus “empregados”, tratados como propriedades servis e passiveis de serem eliminados por requintes bárbaros. O conto traz ainda, características simbólicas ao tratar de aspectos das personagens como o Coronel, como figura de terror, alcunhada como “urutu” que significa serpente e jararaca, símbolo do mal e diabólico, além da atmosfera da casa do Coronel, descrita como “cerimônia fúnebre” e “cárcere da Inquisição”. Essas características realizam uma dialética de não pactuação e não coadunação com os arbítrios e desmandos dos poderosos de outrora e vigora uma visão humanista, limitada e parcial em que a mulher branca é a mais exaltada como aquela que tem que tragar a carne humana comparada a um símio.

 

O conto “Negrinha” é uma narrativa que tem por personagem principal uma criança órfã de 7 anos, negra e nascida sobre a lei do ventre livre, pois “nascera na senzala, de mãe escrava...”. Em sua descrição inicial é salientada a tonalidade da cor da pele, “mulatinha escura” e sua compleição física, “magra, atrofiada” contrastando com a apresentação de sua antagonista, a “excelente senhora, a patroa” e “gorda, rica”, Dona Inácia, aquela que “não gostava de criança”. É um conto carnal, desde as primeiras linhas, percebe-se o uso explícito do sentido da carnalidade no uso descritivo das “banhas” e “nervos em carne” da senhora e as remissões metafóricas como, “choro da carne de sua carne” e a “carne alheia” que marcam forte a impressão da leitura de entrada. O corpo da menina é alvo de violência gratuita e registra as marcas da tortura em sua “pobre carne”, merecendo por parte do Narrador uma metáfora oriunda da física mecânica em que a imagem do seu corpo é como um imã que atrai o aço e serve para a descarga de fluídos. Metáfora determinista que se junta com a passagem: “Estava escrito que não teria um gostinho só na vida”. Enquanto, D. Inácia é descrita como sádica e impiedosa nos castigos, pois ela “vinha da escravidão”, de um tempo em que esse costume cruel era prática corrente. A concepção de violência doméstica descrita tem o aspecto de catarse para a patroa, pois para quem pratica “alivia a gente” e serve “para desobstruir o fígado e matar a saudade do bom tempo”. Ao fim da desproporcional apresentação das personagens, vemos que Negrinha não tem agência de vontade, ao contrário da patroa que desfila suas vontades e satisfações no corpo da menina.

Na segunda parte, surgem os episódios de provação de Negrinha perante o massacre. Na “história do ovo quente”, o Narrador toma uma postura narrativa que surpreende e se dirige ao leitor diretamente: “Não sabem? Ora!” como se fosse de conhecimento amplo e reproduz os acontecimentos sádicos como mais um exemplo da dominação da senhora sobre a criança. Na segunda e principal história, Negrinha se espanta com o brincar de duas meninas brancas, seus brinquedos e o objeto da boneca marca sua percepção de maneira decisiva. É como um despertar para a humanidade e agência de vontade da menina, um tornar-se gente, com a possibilidade de brincar e criar mundos imaginários que eram proibidos para ela. Tomada de êxtase com a boneca nos braços, o Narrador descreve-a “como se penetrara no céu”, no auge da metáfora cristã, mesma ideologia de seu algoz que a surpreende com a boneca e surpreendentemente concede uma oportunidade da menina Negrinha brincar. O Narrador exalta esse ato, destacando a “gratidão” expressa na “surrada carinha” da menina e ressalta o momento de “divina eclosão” da percepção da menina em tornar-se “ente humano”, de não ser mais coisa e passar a ter alma. Nesse ponto arremata uma concepção biologizante da mulher e do feminino na sociedade.

Na última parte do conto, o desfecho-morte precoce da menina, que tão logo tomou consciência de sua humanização, foi “essa consciência que a matou”. Aquela reminiscência da boneca e o despertar de imaginação que o brincar lhe proporcionou fez dela catatônica e a paralisou para as necessidades da vida. Morreu de inanição, cessou o desejo, a vontade, como se um instante de vida fulgurante não coubesse em tal corpo negado e propicio ao castigo não aguentasse experimentar tamanha liberdade, levando-a ao paroxismo da vida-morte. O Narrador onisciente e investido de um moralismo agônico chega ao ponto mais estranho de seu poder de penetrar na visão do outro, ao discorrer sobre a epifania que a menina teve, com a visão de bonecas-anjo, louras a cercar a menina negra que extinguiu sua vida em suposto deleite para quem morre e para quem assiste a morte, pois ela “morreu com maior beleza”. E o fechamento do conto é desesperadoramente cruel, frio e desolador ao subsistir as impressões dos dominadores de corpos sobre a menina que se descobriu gente num instante curto, e aquela ideia positiva se volta contra ela, negativa. É a reversão do imã. A ironia saudosista dos tempos da escravidão prevalece pela terna brecha de humanismo que se abriu no conto. Mas foi um furo no tecido da branquitude que se abriu e logo foi costurado.   


sexta-feira, junho 03, 2022

 Apresento 3 fragmentos inéditos da obra em construção, "Bandoleiros de Taubaté". Boa leitura. 




FRAGMENTO I - JOANA, mulher negra, por volta dos 30 anos, numa Fazenda colonial apresentando os aposentos o público como sendo turistas. Ela inicia com muita preocupação em agradar e está vestida bem formal, mas conforme a cena avança, ela vai revelando trajes e comportamentos mais libertários e militantes. Ela tem um papel de roteiro nas mãos para guiar.

JOANA – Olá querides visitantes. Que bom recebe-los na Fazenda Pedra Negra. Vocês adquiriram um ótimo pacote colonial. Vão conhecer as delícias de uma vida senhorial e respirar o ar dos tempos dourados para a elite desse país. Foi aqui que o capital nacional começou a dar seus primeiros passos... (à parte) Quem escreveu esse discurso? Meu Deus!... Vamos adentrar a Casa Grande, nessa ampla varanda podemos contemplar a propriedade, os cafezais se estendendo como tapetes para o infinito. O terreiro exalando o aroma inebriante da secagem do café. Uma bela capelinha aconchegante a demonstrar a piedade dos senhores e a Senzala...(à parte) Não! Eu não vou falar isso...tudo tem um limite! A Senzala é logo ali, depois teremos a oportunidade de conhecê-la por dentro, para quem se sentir à vontade, lógico... sigamos! A Casa Grande era a sede administrativa e abriga a família do Senhor, seus familiares, agregados e hóspedes. A disposição dos ambientes é uma sequência de salas, quartos ou alcovas, ligados por um corredor. A técnica construtiva é a melhor disponível, top importado, alvenaria de pedra na fundação e paredes de taipa de pilão. Olhem para cima e vejam os belos caibros de madeira sustentando telhas de barro cozido. Isso dá um refresco térmico invejável... Chega! (amassa o papel) Vamos continuar de maneira mais pessoal, vocês se importam? Ótimo! Essa era a sala da família do Barão da Pedra Negra, famoso senhor de escravos de Taubaté, cafeicultor respeitado. Ele se sentava nessa velha cadeira de embaúba e a Baronesa, sua senhora, amante de joias e porcelanato português. Ela tinha as mãos mais macias que já senti, também nunca tocou numa ferramenta de trabalho... sentava-se ali, numa cadeira de jacarandá toda. No meio do salão se espalhavam o filho único e a criadagem. O barãozinho, como era chamado, era um menino malicioso por natureza, levantava a saia das criadas e mordia suas bundas. Andava com um chicotinho a imitar o capataz e dava nas outras crianças querendo cavalgar no lombo de todas. O barãozinho era a alma dessa casa, a alegria do pai e da mãe que nunca encostaram a mão no menino, nem pra bem nem pra mal, sorriam entre uma baforada e outra, entre um carteado e outro. Reparem nos móveis, a riqueza de detalhes, belos entalhes no melhor estilo rococó tardio. E essa mesa? Olha que beleza, madeira de lei... guarda nas ranhuras a babinha do barãozinho enquanto as criadas davam-lhe na boquinha quando ainda nem era um taradinho... (pensando alto) Quando foi que ele se tornou aquilo?... Quando os homens se tornam tarados?... Quem ensina a eles? Deixa pra lá! Essa escrivaninha de peroba foi do pai do Barão, homem de letras, escreveu a crônica dos primeiros habitantes de Taubaté e como os indígenas extraiam as primeiras levas de pau brasil e transpunham as muralhas da serra do mar nos idos de 1500. O Barão é descendente direto dos primeiros Bandeirantes, verdadeiros fundadores desta cidade. (faz ânsia de vômito) Desculpe, foi alguma coisa que eu comi... (à parte) “fundadores desta cidade”? Quanta merda introjetam na gente desde pequeno? (saca uma faca) Estão vendo essa lâmina? Aço polido na pedra negra dessa fazenda. Esse cabo é feito de babaçu nativo aqui do quintal. Venham comigo! Qual o problema? Passaremos aos aposentos dos senhores. O quarto do Barão tinha uma salinha secreta onde ele escondia as escravas que ele queria consumir à noite. Ainda estão com receio de mim? No quarto do barão, minha mãe passou muitos dias trancadas com outras mulheres. Ele esperava elas menstruarem e eram abusadas, poque “o Barão gosta de se lambuzar”, como dizem os feitores. Não! A baronesa não dormia no mesmo quarto, mas tinhas muitas coisas secretas também que não vem ao caso agora... (bate a faca pra assustar) Vamos sair daqui! Não estou me sentindo bem! (tempo transtornada) Agora vamos ao quarto do barãozinho... (brincando com a faca) Aquele quarto no fim do corredor... Não se incomodem com as velas acesas diante da porta. É pra consolar o espírito dele. (tempo solene) Mas espírito que não presta não se consola! Você tem que matar todo dia essa praga. Não se preocupem, ele é meu, deixem comigo essa vingança. Eu sei que vocês não estão aqui para ouvir a minha história. O casarão inspira outras vidas, prosperidade,  festas e arte que foram emanados nesses salões. (música) Essa era a banda de escravos que o Senhor fazia tocar pra divertir um simples café da manhã... Éramos um batalhão pra sercir ao insaciável Senhor... Aposto que vocês querem saber se na Senzala é mal assombrada. Não? Eu te digo, na Senzala vocês não vão ouvir correntes se arrastando, porque a gente quebra as correntes todos os dias... Tudo bem, eu sei que o pacote não incluía ser testemunha de um assassinato, mas isso é o que consta nos autos. Os autos que os brancos, feitos à semelhança do Senhor Barão sentenciaram... mas é uma ótima oportunidade para vocês observarem como era feita a Justiça da época. Da época que não acaba nunca! Podem me seguir quem não se incomodar com o grito surdo que o barãozinho vai soltar quando eu cravar a faca no seu peito. E para curiosidade. Ele está dormindo de papo pro ar, todo folgado depois de abusar minha irmã que me escondeu para que não fosse eu pela centésima vez. Mas antes de vocês chegarem eu corri pra pegar esse cutelo de matar porco... esse corredor é a minha liberdade. Algumas dezenas de passos e uma canção na cabeça: Samba lelê tá doente, tá de cabeça quebrada, samba lelê precisava é de umas palmadas. Samba, samba, samba o lelê, samba, samba, samba o lalá... (Ela prepara o golpe e depois de um tempo abaixa o braço. Quase sem força.) Como eu queria ter desfechado esse golpe, mas seria só um valete fora do jogo. Ergui, minha irmã e a levei para o mais longe possível... o barãozinho, depois soube que foi enviado para a Europa ganhar modos... maldito! (tempo, se recompõe) Podemos continuar o passeio? Vocês vão amar o café feito na hora por um barista. Vamos à cozinha? Vamos? Não precisam contar tudo o que falei para a dona da agência. Se puderem me dar cinco estrelinhas na avaliação eu agradeço. Viva o turismo sustentável!  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

FRAGMENTO II – TITO, imigrante italiano, por volta dos 40 anos, dono de uma pequena venda de 1 porta na região de Quiririm. Ele usa um avental todo sujo como quem estivesse num intervalo enquanto assa um alimento. Está pitando seu cigarro encostado na batente do estabelecimento e observando a rua. Conversa com uma pessoa.

TITO – Já, já tem pãozinho fresco, dona! Pão italiano, melhor que essa porcaria de pão francês. Igualdade, liberdade e fraternidade é aqui na mercearia do Tito! Trabalhador alforriado pode colocar na caderneta! Capitão do mato, capataz, feitor e cagueta não paga nada e ainda leva bala! Ei senhora, temos café silvestre! Já ouviu falar? Está em extinção. Se interessou senhora? Vem provar antes que acabe. Esse desmatamento à torto e a direito que os Fazendeiros fizeram com morros do Vale não tá certo não! Tenho umas mudas vieram direto das selvas africanas, Serra Leoa, Madagascar... mas se quiser tenho da safra de 1900 também, a melhor safra de Taubaté. Não sabia? Os Fazendeiros encheram o cú de ganhar dinheiro, é! Ficavam chorando pra não abolir a escravidão e faturaram mais com os braços livres dos seus ex-escravos e dos imigrantes pobres. Eles chamavam de parceria, colaborador, esses papos de empreendedor de sua própria força de trabalho. Legal, né? Eu não me beneficiei no meio dessa italianada que chegou aqui na colônia agrícola do Quiririm, não. Eu sou da segunda geração, só me fudi nessa. Meu pai veio na primeira leva, o governo imperial mandou buscar 100 operários e 2 mestres para construção da estrada de ferro. Não tinha terra garantida de ganhar terra como essa leva agora tem. As políticas mudam. Estou ligado! Meu pai era um desses dois mestres de construção, mas depois que viu a sacanagem que se faziam com o povo dessa terra ele foi fazer a vida sozinho e veio aqui pra essas bandas que era toda de várzea, lugar silencioso, só se ouvia os grilos cri-cri-cri, quiririm... tinha uns colonos e gente alforriada que plantava arroz. Mas acabou o sossego com esse empreendimento da “Sociedade de Imigração de Taubaté”, um conchavo sujo de um fazendeiro que grilou essas terras depois conseguiu concessão pro governo comprar e revender pros imigrantes. Cascata da grossa. Eu e meus vizinhos, gente pobre que plantava pra sobreviver fomos expulsos por causa desses colonos. Meu pai morreu de desgosto, mas eu ainda consegui provar que era filho de italiano e fiquei espremido aqui nessa vendinha. Mas não estou feliz não! A felicidade não pode ser pra um só ou pra alguns que consegue se arranjar. A gente da minha terra passou muito aperto aqui, por conta de ser enganado. Falaram que eles iam plantar café, o “ouro negro”, mas tiveram que fazer tijolo com o barro daqui pra satisfazer a burguesia de Taubaté. Mas por medo eles se fecharam e não sinto que já não é minha gente, estou preocupado com meus vizinhos que se espalharam e estão morrendo de fome em beira de estrada, sendo preso por vadiagem e ainda capturado por capitão do mato... (pega um jornal) enquanto deu no jornal de hoje: “Os barões do café, foram titulares do Império e são titulares do República - contribuíram de forma relevante para o progresso de Taubaté para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes” (pica o jornal durante a narração) Eu não tenho lembrança da Itália. Mas tenho sonhado com as histórias que meu pai contava da sua Sicília... e do exército esfarrapado, de gente pobre, camponeses, desertores e idealistas que foram esquecidos pela unificação, abrigados numa montanha, numa guerra sem quartel contra o exército da recém-nascida Itália. Nunca soube se essa história me fazia dormir para sonhar com esperança ou eu sonhava acordado pra sonhar tranquilo na justiça que nunca existiu. (tempo) Desculpa a prosa do passado, mas tudo é sobre o passado, não adianta, a gente só faz o novo se souber olhar bem quem já fez e ir melhorando... é melhorar é lorota, as vezes é preciso piorar, agravar o que já fizeram senão a gente fica só melhorando pros ricos essa prisão que eles nos meteram. Todos nós, nessa prisão, branco pobre, negro, índigena... tá certo que as celas não são iguais! Tenho uma cela pra me acomodar e umas coisinhas pra vender, enquanto outros vivem em solitárias ou abarrotados em minúsculas celas. Mas eu me vejo numa imensa prisão que os esses grandes cercaram a gente. Mas eles também podem virar picadinhos. Não estou insinuando nada. Quem sou eu minha cara... mas se quiser vir conversar com a gente, essa noite tem reunião. Percebi que você se interessa nessa parada de justiça, igualdade... mas ela essas coisas não vai cair do céu e nem baixar por decreto. Eles tem tudo e não param de querer mais. Já reparou se tem algum rico que fala, de repente:  “-Ah, cansei de ser rico, já temos dinheiro pra três ou quatro gerações, agora chega!” Essa gente quer explodir de tanto dinheiro, e quando o câmbio flutua e a bolsa cai, eles se sentem as maiores vítimas da face da terra. (imitando) “Precisamos de proteção!”, “Salvem o café brasileiro!” “Mais créditos!” “Somos os maiores empregadores do país!”, e por fim anunciam: “Vem aí o Convênio mais esperado do ano”... adivinhe  aonde eles vão fazer essa joça de convênio? Em Taubaté! Vai vir todo mundo pra cá, os graúdos vão fechar o centro e a ralé vai assistir o desfile de carruagem. Eu e meus amigos vamos estar lá. Pra fazer o que lá? Não sei, vou festejar com eles, levar uns presentinhos pra esses distintos senhores. Estamos construindo uma comitiva de boas-vindas da sociedade civil organizada de Taubaté. Junte-se a nós, não é baderna e nem protesto. Mas vamos por os visitantes para dançar, assim como fazemos em nossas festas. Sim, vai ter música. O mestre de música João Romão de Pindamonhangaba vai se juntar com a gente, estamos formando uma sociedade musical. Pois é, João Romão, depois da abolição e da república, perdeu seu protetor e a banda dos pretos. Tava perdido na bebedeira em Taubaté. Juntou-se a nós. Perfeito! A senhora aprendeu com ele a tocar bombardino? Maravilha, hoje a noite tem ensaio também. É só chegar, vamos te explicar tudo como funciona. É aqui nos fundos da mercearia. A senhora bate três vezes, por precaução... tem mais mulheres, tem mais gente de todo o tipo, de toda a cor, a senhora vai gostar. Obrigado, passar bem!

 


  

FRAGMENTO 3 – JOANA e TITO estão numa ação de bandoleiros, estão à espreita de um comboio de carregamento na beira de uma estrada. Estão armados e atentos.

JOANA – Ei Tito, aquela história de café silvestre, é de verdade ou é só pra atrair freguesia?

TITO – Mais do que isso, é pra atrair companhia. Mas existe sim

JOANA – Mas você nem terra tem pra plantar café silvestre.

TITO – Foi o nosso companheiro Otelo que me contou. Ele é lá do outro lado da África. Sempre disse que nosso café não presta. Sonho com esse café silvestre... 

JOANA – E onde vamos enfiar essa quantidade que vamos confisca hoje?

TITO – Já pegou o espírito da coisa... “confisco” é bom esse nome, jogamos na mesma moeda que eles fazem com a gente... tenho comprador lá de Jacareí pra essa encomenda.

JOANA – Posso dizer uma coisa, que fiquei pensando do seu discurso pra preparar essa ação?

TITO – Pode, mas mantem o ouvido aberto para o assobio do outro grupo que está de campana acima da ponte...

JOANA – Perfeito! Sou capaz de ouvir uma folha caindo na água. É sobre seu conceito de sermos todos iguais, você sabe que não é assim...

TITO – Mas vai chegar o dia em que nossas diferenças vão desaparecer.

JOANA – Esse dia custa chegar, mas não tem como prometer nada. Eu sei que se der errado alguma coisa nessa ação e formos pegos, eu vou ser executada aqui mesmo. Você e alguns dos nossos podem até serem julgados e cumprir pena. Mas nem isso eu tenho direito.

TITO – Por isso que na ação eu estou à frente, pra você e o Otelo ficarem na retaguarda e terem uma chance de se embrenharem...

JOANA – Mas o caso não é de dar pinote com mais chance, é sua ideia de que somos iguais. Quando eu acho que somos essencialmente diferentes, se você tentar pensar por esse lado, podemos até conseguir mais irmão de cor. Porque a sua ideia de igualdade e justiça, ela é branca, ela usa venda nos olhos, tem uma espada e a roupa dela mostra que ela veio fazer justiça pros seus. Tem gene nossa que nem espada conhece, nem roupa que pra ser igual. E na minha história quem faz justiça pode até ter a espada, mas ela tá de olhos bem abertos...

TITO – Estou tentando entender, mas tenho que ter um horizonte pra gente melhorar enquanto caminha. Ficar parado nessa diferença está matando a gente de querer um ser melhor do que o outro.

JOANA – Pelo jeito só tem um diferente aqui querendo matar o outro. É o branco, é os seus iguais.

TITO – Mas eu não sou eles, há muito tempo, Eles tiraram tudo o que meu pai conquistou.

JOANA – Pois é isso, será que você não quer só retomar o lugar que você acha que merecia antes de ser despejado?

TITO – Não! É por todos que eu vi serem pisoteados. Pretos e brancos naquele pântano eram iguais. Meu pai e eu éramos tão pobres quanto o negro Jeremias e acordávamos antes do nascer do sol.

JOANA – Certo, mas nem você e seu pai passaram por uma escravidão igual ele, eu e meus parentes. Para os brancos a vida é um jogo, eles assistem seus peões numa rinha, estão apostando que a gente se mata antes de a gente ter a experiência de ser tratado como um igual. Porque isso não tá nem perto de acontecer. É meu cabelo, é minha cor, é meu nariz, é minhas crenças que o senhor de escravo e seus agregados querem impedir de andar livremente. O senhor de escravo vai transmitir essa sanha por muito tempo. E isso, Tito não faz da gente um igual. Na corrida que eles nos colocaram, você, homem branco, mesmo pobre, os homens mestiços, pardos e até homens negros largam na frente.

TITO – Ninguém vai me por pra correr contra os meus. Você quer que eu pare de falar que somos iguais, é isso?

JOANA – É isso, mas não é.

TITO – Assim fica difícil entender. Mas eu acho que entendi. (tempo) Você acha que ainda estão te procurando?

JOANA – Faz tempo que não encontro nenhum cartaz ou jornal com meu nome, mas tem capitão do mato sempre atento.

TITO – Por isso que a ação de hoje não pode dar errado. Com o dinheiro vamos te enviar pra outra região pra você recomeçar sua vida.

JOANA – Não quero! Vou enfrentar meus feitores e algozes aqui mesmo. É terra dos meus pais, eu enterrei os dois aqui.

TITO – Mas sua tentativa de matar o barãozinnho deu repercussão demais, você tá marcada pra sempre!

JOANA – Está vendo, uma mulher que desafia o poder está marcada pra sempre. Você e suas histórias de bandidos da Sicília tem reabilitação, perdão... alguns são reintegrados na sociedade e eu estou condenada.   

TITO – É só um jeito de falar, esses barões tem muito poder

JOANA – “Só um jeito de falar”... “você não vai conseguir”, “você é mulher, ”... é sempre assim, essa desconfiança. Eu botei fé que você queria uma companhia pra luta, mas tá se fazendo de paizinho protetor, “vamos mandar ela pra uma região segura”, me poupe Tito...se é assim eu tô fora!

TITO –(falando abafado) Joana! Por favor, volta aqui! Joana! Deixa disso...

JOANA – Você tá brincando de ser bandido cara, enfiado no meio desse mato achando que vai assaltar o rei? É só meia dúzia de saca de café. Você vai roubar um tratante pobre igual a gente. Deixa disso você! Silêncio! Está ouvindo? Eles estão se aproximando... se agacha aí.

TITO – Eu não to ouvindo nada...

Um som de marchinha de São Luiz do Paraitinga surge e atinge um pico de altura e depois passa.

JOANA – Que som é esse? Da onde vem isso? Quem é Barbosa? Quem é Barbosa, caralho?! Eu vou atirar! Eu vou atirar nesse Barbosa!  

TITO – Eu sei lá que é Barbosa. Não atira não! Pode ser uma armadilha. Deixa o som passar... aí, está diminuindo...

JOANA – Porra, que susto deu até vontade de dançar. Porque o maestro João Romão não ensina nossa banda de bandidos tocar um ritmo desse?

TITO – Ah, o João Romão é boa gente, mas é um pela saco de música sacra e polca de salão. Fez muita sinhá rebolar em Pindamonhangaba.

JOANA – Acho que a gente tá vendo coisa... ouvindo coisa... de tanto tempo embrenhado aqui. Vamos abortar, tá furado essa ação...  

TITO – Silêncio! Eu estou ouvindo um tropel, deve ser o comboio se aproximando. Agacha aí!

Som de homens marchando e cantando canção de TFM do Exército surge baixo e passa igual o anterior.  

JOANA – Que horror! De onde está vindo esse som?

TITO – Deve ser a escolta do comboio. Eu vou atirar nesses desgraçados!

JOANA – Não faça isso. Eles querem nosso ódio pra juntar com o deles. Já está passando... calma!

TITO – Malditos! Como eles podem cantar essas maldades sem pagar na terra por isso? (tempo) Acho que estou ficando com sono e esse comboio não vem.

JOANA – Vamos sair daqui, vamos descansar. Não é fácil ser bandoleiro em Taubaté.

TITO – Ah se fosse na Sicília. Estaríamos em todos os jornais!

JOANA – Aqui, nessa terra só barão tem vez. Esteje pronto pra ser ninguém!

TITO - Mas podemos ser ninguém como ninguém.

JOANA – Ninguém como eu, ninguém como você... isso dá samba, hein.

TITO – O que é samba?

JOANA – Ah, para! Você precisa dormir, cara...

Eles saem de cena assobiando a marchinha do Barbosa.

sábado, abril 23, 2022

Teve Bandoleiros de Taubaté na TV.
Tem bate-papo às quintas-feiras, dia 28 de abril, 05 e 12 de maio, no canal da LetraSelvagem. Confiram!


 

Assistam nosso primeiro bate-papo do projeto Bandoleiros de Taubaté que foi ao ar no dia 21/04/2022 pela Letras Selvagem TV. Link abaixo


Bate-papo: Monteiro Lobato e a Escravidão 

quarta-feira, abril 13, 2022

BANDOLEIROS DE TAUBATÉ.

O dramaturgo, Rogerio Guarapiran, autor do projeto Bandoleiros de Taubaté, premiado pelo Programa de Ação Cultural (PROAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, na área de criação e publicação literária, realiza um ciclo de 4 bate-papos sobre Teatro e Dramaturgia, História e Psicologia, Literatura e Música. Realizado pelo programa Artes Brasilis do apresentador e escritor Nicodemos Sena, transmitido ao vivo pelo canal do youtube da Letra Selvagem TV, receberá como convidados, escritoras, psicólogos, músico, ator atriz para debater e expressar pontos de vista sobre temas históricos e artísticos que envolvem a criação e a publicação de obras de dramaturgia nacional. Acontecerá às quintas-feiras, sempre a partir das 19h e iniciando no dia 21 de abril com o tema: Monteiro Lobato e a escravidão; dia 28 de abril com o tema sobre a publicação de dramaturgas; dia 5 de maio sobre o processo de criação de dramaturgia; e dia 12 de maio acontece o sarau com audição de música e leitura dramática da obra Bandoleiros de Taubaté. O objetivo desses bate-papos é compartilhar a pesquisa e divulgar os processos de criação literária para o teatro. 

Programa Arte Brasilis – link do canal:

https://www.youtube.com/channel/UCHdHiSmkeQQWgQFu877OBQA/featured

 

Sobre o Projeto Bandoleiros de Taubaté

O projeto envolve todo processo de criação: pesquisa, consultoria literária, ações de contrapartida e eventos de lançamento. “Bandoleiros de Taubaté” é o nome da peça de teatro inédita de Rogerio Guarapiran, escritor taubateano, que será publicada pela editora Letra Selvagem em 2022. Sinopse da peça. Livremente inspirada em fatos históricos do período do ciclo do café na cidade de Taubaté, um dos principais centros econômicos da época entre o fim do século XIX e início do XX, a dramaturgia retrata dois bandos rivais, de um lado formado por fazendeiros e milicianos, e do outro, por ex-escravizados e imigrantes pobres. A peça discute visões sobre a identidade nacional, o banditismo como forma de sobrevivência, poder e violência.

 Participantes:

  

Apresentador: Nicodemos Sena, romancista, jornalista, empresário e agitador cultural, formado em Direito pela USP. Seu romance “A espera do nunca mais – uma saga amazônica” conquistou o Prêmio Lima Barreto/Brasil 500 Anos, da União Brasileira de Escritores (UBE/Rio de Janeiro). Como agitador cultural, mantém uma livraria e espaço cultural Letra Selvagem em Taubaté e apresenta programas de entrevista no Youtube através do canal Letra Selvagem TV.         

 


Mediação: Rogerio Guarapiran. Dramaturgo e músico. Natural de Taubaté, tem mais 10 peças escritas e encenadas. Trabalha com o teatro profissional no estado de São Paulo e é idealizador do projeto “Bandoleiros de Taubaté”, texto inédito para publicação pela editora Letra Selvagem.

 

Pautas dos Programas:  

 

  1. 21 de abril, às 19h. Título: Monteiro Lobato e a escravidão. Bate-papo com Psicólogos sobre os contos de Monteiro Lobato: Negrinha e Bugio Moqueado para discutir a visão da escravidão pelo autor e dados da história da cidade de Taubaté no início do século XX.


Daniel Cardozo Severo. Psicólogo e Psicanalista. Formado em Filosofia pela Unifesp, realizou seu mestrado e doutorado em Filosofia pela mesma instituição. Autor de três livros, sendo o último “Os Sujeitos do Homem Psicanalítico: rumo à arqueologia dos sentidos” (Ed. CRV). Atualmente, leciona Psicanálise, na Unitau e na pós-graduação da Unisal, e Filosofia, na Faculdade Dehoniana.

Carlos Eduardo Ramos: Professor do Curso de Psicologia da Universidade Federal de Roraima. Possui mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (2012) e atualmente cursa o Doutorado no mesmo programa. Possui especialização em Educação: História, Cultura e Sociedade (2007) e graduação em Psicologia - Bacharelado, Licenciatura e Formação de Psicólogo (2005) pela Universidade de Taubaté.

 


Leandro Roberto Neves. Psicólogo, fez mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional pela Unitau (2004) e doutorado em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (2013). Atualmente é docente/pesquisador da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Psicologia Social, Psicologia Ambiental, trabalhando os temas: cidades, políticas públicas, território, educação, projeto interdisciplinar e cultura.

 

 

  1. 28 de abril, às 19h. Título: Processo de criação em dramaturgia. Entrevista com o autor do projeto Bandoleiros de Taubaté, Rogerio Guarapiran sobre o processo de criação dramatúrgico, referências, vida e obra.

 


  1. 05 de maio, às 19h. Título: Dramaturgas publicadas. Bate-papo sobre dramaturgia, com foco na importância da publicação e experiências autorais. Debatedoras:

 


Silvia Gomez. Dramaturga, professora e jornalista. Formada em Comunicação Social pela UFMG, integrou o círculo de Dramaturgia do CPT-Sesc, dirigido por Antunes Filho, onde teve encenada sua peça “O Céu Cinco Minutos da Tempestade” e publicação pela Editora Sesc. Foi prêmio APCA de melhor dramaturgia e prêmio Aplauso Brasil em 2015 pela peça “Mantenha Fora do Alcance do Bebê”. Fez residência de dramaturgia e intercâmbio cultural Brasil-Escócia. Seus textos foram traduzidos para várias línguas e atualmente coordena o Núcleo de Dramaturgia SESI - Britsh Council e publicou a peça “A Árvore” pela editora Cobogó (2021).

 

Michelle Ferreira. Atriz, dramaturga, roteirista e diretora. Formada pela Escola de Arte Dramática, foi integrante do Núcleo de Dramaturgia CPT, com coordenação de Antunes Filho. Foi duas vezes finalista do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia (2009 e 2011). Teve seus textos encenados pelos diretores Cacá Carvalho, Hugo Possolo, Mario Bortolotto, Eric Lenate, José Roberto Jardim  e as diretoras Isabel Teixeira Maria Maya. Escreveu e dirigiu “Os adultos estão na sala”, indicado ao Prêmio Shell de melhor autora em 2013. Seu trabalho estreia internacionalmente em 2016, na Escócia com “Tem alguém que nos odeia” e publicou “4 da espécie, a história do corpo coisa nenhuma” pela editora Patuá (2018).

 

Karen Sacconi. Dramaturga, escritora, tradutora e pesquisadora. Mestra em Letras pela Universidade de São Paulo (2007) e doutora em Letras Clássicas pela mesma (2018) com tese indicada ao Prêmio Capes. Foi professora de literatura grega e retórica da UNESP Araraquara (2018) e professora de grego antigo no Centro de Línguas da FFLCH/USP (2010-2012). Publicou em 2021 o livro “O Monstro” pela editora Patuá.

 

  1. 12 de maio, às 19h. Sarau Bandoleiros. Leitura dramática de fragmentos do texto inédito e audição de composição inspirada no projeto. Participantes:


Fernanda Ventura. Atriz, apresentadora e cantora. Formada em artes cênicas na Fêgo Camargo, trabalhou em diversos espetáculos e projetos artísticos, empresariais e ganhou 5 prêmios em festivais como melhor atriz. Atuou em musicais, “Os Boêmios de Adoniran”, pela cia Interiorando (Prêmio Bibi Ferreira),  “Dona Ivone Lara, um Sorriso Negro”, pela Fato Produções Artística. Atuou no filme “Tapete Vermelho”. Tem canal do Youtube: “Poemas e Canções”, o qual, produz e interpreta.

 

Renan Rovida. Ator, diretor e roteirista em cinema e teatro. Integrante do Coletivo Tela Suja Filmes e o grupo Novo Teatro em Ruínas. Dirigiu e atuou recentemente no seu novo, inédito, “Idade da Pedra ou Rocky 3º mundo” (2022). Realizou ainda pelo Tela Suja os longa-metragens “SEM RAIZ”, “PÃO E GENTE” e os curtas metragens “Entre nós, dinheiro” e “Coice no Peito”. Conquistou prêmios nacionais e internacionais. Leciona oficinas de Atuação Realista e Épica. No teatro, trabalhou na Companhia do Latão, na criação das peças "Ópera dos Vivos" e "O patrão Cordial". Atuou na peça "Fome.doc” da Kiwi companhia de Teatro".

 

Paulo Henrique Raposo. Músico, professor e compositor. Coordenador do Curso de Licenciatura em Música na UNIFACCAMP Centro Universitário Campo Limpo Paulista.

 

  

Próximas ações e cronograma

 

  1. Junho/Julho. Consultoria Literária de Nicodemos Sena. Entrega da 1ª versão final (provisória) do texto “Bandoleiros de Taubaté” e agendamento de uma reunião.
  2. Agosto. Entrega da versão final do texto para publicação.
  3. Dezembro. Lançamento na Livraria Selvagem em Taubaté. Noite de autógrafos e venda do livro. Apresentação musical do Clube do Choro Waldir Azevedo.
  4. Novembro/Dezembro. Doação de livros, 50 cópias, sendo 25 para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e distribuição para bibliotecas e grupos de teatro  das cidades do Vale do  Paraíba.          

 


sexta-feira, abril 01, 2022

CICLO de Bate-papos: Bandoleiros de Taubaté (PROAC-2022)

Olá amigos e amigas. O meu projeto de dramaturgia inédita, Bandoleiros de Taubaté, começa uma nova etapa após as pesquisas históricas. O ciclo de bate-papos com artistas e educadores sobre vários aspectos da dramaturgia, psicologia, música e amostra e textos inéditos do projeto. As lives acontecerão no programa "Artes Brasilis" com apresentação de Nicodemos Sena, canal Letra Selvagem TV no Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCHdHiSmkeQQWgQFu877OBQA
Acontecerá às quintas-feiras, 21, 28 de abril, 05 e 12 de maio. Sempre às 19h.
Acompanhem, prestigiem.